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Vida E Obra De Pancho Guedes Celebrada

11/26/2015

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Por Fernando Buzi
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Edifício Abreu, Santos e Rocha. Pancho Guedes. Foto: Emídio Josine.
Era esperado, era devido... e finalmente aconteceu. Era já desde 7 de Novembro, data em que –com profundo pesar—se tomou conhecimento do seu desaparecimento físico, que a comunidade de Arquitectos (Moçambicanos e estrangeiros exercendo no País) se perguntava se teria lugar uma homenagem ao Arquitecto Pancho Guedes e ao seu legado. É que o nome de Amancio D’Alpoím Miranda Guedes, ou simplesmente Pancho Guedes, é incontornável no panorama artístico e arquitectónico Moçambicano.

Pancho (1925-2015), Arquitecto e artista reconhecido internacionalmente, foi responsável –dentre outros-- por grande parte do património arquitectónico moderno de referência em Moçambique herdado do período colonial.

Nasceu em Portugal, mas ainda na sua infância (com 7 anos) chegou a Moçambique. Cresceu, viveu e trabalhou aqui durante a primeira metade da sua vida (até à independência), onde deixou cerca de metade do que se diz serem mais de 700 obras projectadas. 

O Leão que Ri (1957), um bloco habitacional localizado no cruzamento das avenidas Salvador Allende e Kwame Nkrumah, e o edifício de apartamentos Prometheus (1951), no cruzamento da avenida Julius Nyerere com a avenida Mao Tsé Tung, ambos em Maputo, são apenas dois exemplos do seu génio criativo. E são, também, uma clara manifestação do que ele bebeu das culturas Moçambicana e Africana, e de como estas o influenciaram.


Era esperado, devido... e enfim aconteceu. Encontraram-se, no auditório da Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane (FAPF UEM), em Maputo, cerca de 60 pessoas (podiam ser mais!), dentre Arquitectos, profissionais de áreas afins e público em geral, encabeçados por um painel que incluíu o Escritor Luís Bernardo Honwana (quem escreveu muito sobre Pancho e o seu trabalho), o Arquitecto Luís Lage (Director da FAPF UEM), a Dra. Alda Costa (Directora de Cultura da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo e autora de importantes artigos sobre a arte de Pancho Guedes) e o Arquitecto Jaime Comiche, em representação da Comissão Instaladora da Ordem dos Arquitectos de Moçambique –organizadora do evento.
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Da esquerda: Arq. J. Comiche, Dra. A. Costa, Escritor L. B. Honwana e Arq. L. Lage. Foto: F. Buzi.
Falou-se da pessoa de Pancho Guedes e de como ele se interessava pelo Moçambique real, para além do perímetro urbano colonial (a “área branca”). Falou-se da forma activa como ele lutou contra a segregação racial em Moçambique e na África do Sul, e se falou ainda do seu interesse pelas várias formas de arte e de como estas influenciaram o seu trabalho.

Recordou-se a sua relação com Malangatana e outras figuras importantes do universo artístico e cultural de Moçambique, e se partilhou uma mensagem do Arquitecto José Forjaz, quem não pôde estar presente mas que não quis deixar de enaltecer a contribuição que teve Pancho na sua própria formação como Arquitecto.

O debate que teve lugar a seguir à intervenção inicial do painel trouxe à tona a questão da valorização do património edificado, e questionou a responsabilidade que os detentores de conhecimento sobre a vida e obra de Pancho Guedes (Arquitectos, estudiosos de Arte, aqueles que o conheceram pessoalmente, etc) têm na sensiblização da sociedade civil e de quem de direito para que se respeite e se preserve a obra de Pancho e que se reconheça e valorize o seu legado.
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Encontro no auditório da FAPF UEM. Foto: F: Buzi
Discutiu-se-se, também, o ambiente de paz e amizade entre Pancho e Moçambique, e de como ele pode ser reclamado como Moçambicano.

É verdade que Pancho tinha, em 1974, jurado nunca mais voltar a Moçambique, depois de ter sido forçado a deixar o País com apenas 20 quilogramas de bens em mão, durante a operação 24/20. Mas essas feridas eventualmente sararam e regressou por duas vezes a Moçambique, uma das quais em Março de 2010, como parte da comitiva do então chefe do Governo português, José Socrates, em visita a Moçambique.

No final, ficaram como sugestões de linha de acção as seguintes:

- Interceder junto do Município de Maputo de modo a conseguir um memorando de entendimento com vista a preservação cautelar das obras de Pancho Guedes enquanto não exista um instrumento legal que as proteja todas;

- Sensibilizar as grandes instituições públicas e privadas para que valorizem e contribuam activamente na protecção das obras de Pancho Guedes, e outras de igual interesse arquitectónico;

- Incentivar o Município a tirar partido do potencial de turismo económico nas obras de Pancho Guedes (como forma de impulsionar a sua valorização e preservação), seguindo o exemplo de iniciativas privadas de visitas guiadas como a do “Maputo a Pé”, de Jane Flood.
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Sobre A Participação De Moçambique Na XIV Bienal De Arquitectura De Veneza (Actualizado)

11/20/2014

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Por: F. Buzi
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Imagem: http://www.brunellainvenice.com
Termina no próximo Domingo, 23 de Novembro, a XIV edição da Bienal de Arquitectura de Veneza (Itália), uma exposição internacional que serve tanto para trazer à conversa temas relacionados ao exercício da profissão e o seu impacto na sociedade, bem como para expor trabalhos produzidos pelos grandes nomes da Arquitectura mundial.

A Bienal é parte integrante da Bienal de Veneza (estabelecida em 1895), a qual inclui cinco outros eventos que decorrem em paralelo ao de Arquitectura: a Mostra Internacional de Arte (Bienal de Arte), o Festival Internacional de Musica Contemporânea de Veneza (Bienal de Musica), o Festival Internacional de Teatro de Veneza (Bienal de Teatro), o Festival Internacional de Cinema de Veneza, e o Festival Internacional de Dança Contemporânea de Veneza (Bienal de Dança).

Aqui vale a pena referir que, apesar de a Bienal de Veneza contar com mais de 100 anos, a categoria de Arquitectura é relativamente recente: foi adicionada em 1980.

O evento deste ano, cujo curador foi o renomado Arquitecto Holandês Rem Koolhaas, teve como tema “Fundamentals”: um olhar sobre os últimos cem anos da Arquitectura mundial (1914 a 2014) com a intenção de devolver o foco dos Arquitectos e sociedade em geral à Arquitectura como um todo, em vez do Arquitecto como centro das atenções, e incidir sobre a História da Arquitectura em lugar de apenas sobre a Arquitectura contemporânea.

Moçambique, que nunca havia participado antes, estreou-se este ano. O baptismo.

E não podia haver melhor tema que “Fundamentals” para marcar a entrada de Moçambique à Catedral da Arquitectura mundial. É um tema que, convenientemente, fazia difícil que se exaltasse a Arquitectos, obrigando a que se olhasse para a Arquitectura como um todo.

Claro que a maneira de tratar o tema dependia de sobremaneira da forma de ver do curador, e neste ponto Moçambique foi feliz: o resultado do trabalho dos Arquitectos José Forjaz (Curador) e  Vicente Joaquim (Vice-Curador) é digno de menção.


A participação de Moçambique, Intitulada “Arquitectura entre dois mundos”, é composta de uma selecção de fotografias expostas em painéis luminosos alinhados em forma de “S” ao longo do eixo central do pavilhão (para ver imagens do conceito, clique aqui). 
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Visitantes no Pavilhão de Moçambique. Imagem: ArchiMoz
Para quem ao entrar siga pela esquerda (pela barriga do “S”), a exposição nos leva de forma cronológica e muito visual por cem anos da história da Arquitectura de Moçambique (1914-2014). E, no processo, faz um paralelo interessante entre o que acontecia a nível mundial em determinado período, e o que se produzia em Moçambique nos âmbitos urbano e rural: tipologia e tecnologia. Muito educativo.
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Detalhe parcial de um dos painéis. Imagem: ArchiMoz
Se, ao invés, se siga pela direita ao entrar (pelas costas do “S”), bebe-se de uma agradável selecção de imagens e vídeo que pretendem explicar sem palavras o que Moçambique como País tem de melhor: o Índico, a fauna, a cultura, aquele sorriso só nosso... Malangatana.

Tudo isto acompanhado de música de fundo (Moçambicana, claro) que colore a atmosfera e ajuda também a preencher o vazio nas laterais e tecto do pavilhão; o espaço disponibilizado é algo grande para a obra em exposição.

Foi interessante também ver que os edifícios que figuram nos painéis não são só da Cidade de Maputo, mas abrangem também Beira, Quelimane, Nampula, Inhaca e Songo, passando por obras como o 33 Andares, a Casa dos Bicos e as Torres Vermelhas, dentre outros.

Se a exposição peca em algo é apenas em um detalhe, que (muito provavelmente) não se pôde prever durante a fase de concepção: a peça está orientada no sentido contrário à real direcção do fluxo de visitantes, fazendo com que a maioria das pessoas veja a exposição do final para o início. O que na verdade não é grave, já que a organização do material em forma cronológica permite uma leitura tanto crescente como decrescente.

Sucede que o pavilhão de Moçambique é o último pavilhão num longo eixo de países expositores, mesmo ao lado do da República Dominicana. Por este motivo, e porque a Republica Dominicana deixou a parede adjacente ao pavilhão de Moçambique aberta, faz mais sentido para os visitantes entrar para a exposição pelo pavilhão da Republica Dominicana, em vez de dar a volta para entrar para o pavilhão de Moçambique pela “frente”.

Teria sido interessante e conveniente ter o painel inicial explicativo também naquele extremo do pavilhão, em vez de só à entrada.

Mas tudo indica que, independentemente deste senão, o pavilhão de Moçambique foi um sucesso e o número de visitantes excedeu com regularidade 500 pessoas por dia.

Está de parabéns toda a Equipa que trabalhou para fazer desta primeira participação uma realidade.

A pergunta que fica, e esta --quiçá-- ao Comissário (Dr. Joel Libombo) e Vice-Comissário (Gilberto Cossa), é que destino se pretende dar ao material produzido para esta exposição. Permanece em Itália? Regressa a Moçambique? Se descarta, ou se reutiliza?

Seria interessante ver uma ou mais reposições desta mesma exposição em Moçambique, para que os Arquitectos e interessados que não tenham podido visitar possam também ter a oportunidade de vê-la. Ou, talvez, o material terminasse como exposição permanente em uma das faculdades de Arquitectura do País, visto que tem valor académico.

Quanto à participação de Moçambique na Bienal, há certamente muito por onde melhorar, mas fica claro que Moçambique entrou com o pé direito para o palco da Arquitectura mundial. Falta ver o que acontecerá daqui a dois anos, na XV Bienal de Arquitectura. Estará presente Moçambique?



Nota (27 Jan 2015): O material da exposição continua em Itália e, felizmente, está a ser usado. Durante o mês de Março estará exposto na cidade de Reggio Emilia.
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