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Sobre A Participação De Moçambique Na XIV Bienal De Arquitectura De Veneza (Actualizado)

11/20/2014

4 Comentários

 
Por: F. Buzi
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Imagem: http://www.brunellainvenice.com
Termina no próximo Domingo, 23 de Novembro, a XIV edição da Bienal de Arquitectura de Veneza (Itália), uma exposição internacional que serve tanto para trazer à conversa temas relacionados ao exercício da profissão e o seu impacto na sociedade, bem como para expor trabalhos produzidos pelos grandes nomes da Arquitectura mundial.

A Bienal é parte integrante da Bienal de Veneza (estabelecida em 1895), a qual inclui cinco outros eventos que decorrem em paralelo ao de Arquitectura: a Mostra Internacional de Arte (Bienal de Arte), o Festival Internacional de Musica Contemporânea de Veneza (Bienal de Musica), o Festival Internacional de Teatro de Veneza (Bienal de Teatro), o Festival Internacional de Cinema de Veneza, e o Festival Internacional de Dança Contemporânea de Veneza (Bienal de Dança).

Aqui vale a pena referir que, apesar de a Bienal de Veneza contar com mais de 100 anos, a categoria de Arquitectura é relativamente recente: foi adicionada em 1980.

O evento deste ano, cujo curador foi o renomado Arquitecto Holandês Rem Koolhaas, teve como tema “Fundamentals”: um olhar sobre os últimos cem anos da Arquitectura mundial (1914 a 2014) com a intenção de devolver o foco dos Arquitectos e sociedade em geral à Arquitectura como um todo, em vez do Arquitecto como centro das atenções, e incidir sobre a História da Arquitectura em lugar de apenas sobre a Arquitectura contemporânea.

Moçambique, que nunca havia participado antes, estreou-se este ano. O baptismo.

E não podia haver melhor tema que “Fundamentals” para marcar a entrada de Moçambique à Catedral da Arquitectura mundial. É um tema que, convenientemente, fazia difícil que se exaltasse a Arquitectos, obrigando a que se olhasse para a Arquitectura como um todo.

Claro que a maneira de tratar o tema dependia de sobremaneira da forma de ver do curador, e neste ponto Moçambique foi feliz: o resultado do trabalho dos Arquitectos José Forjaz (Curador) e  Vicente Joaquim (Vice-Curador) é digno de menção.


A participação de Moçambique, Intitulada “Arquitectura entre dois mundos”, é composta de uma selecção de fotografias expostas em painéis luminosos alinhados em forma de “S” ao longo do eixo central do pavilhão (para ver imagens do conceito, clique aqui). 
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Visitantes no Pavilhão de Moçambique. Imagem: ArchiMoz
Para quem ao entrar siga pela esquerda (pela barriga do “S”), a exposição nos leva de forma cronológica e muito visual por cem anos da história da Arquitectura de Moçambique (1914-2014). E, no processo, faz um paralelo interessante entre o que acontecia a nível mundial em determinado período, e o que se produzia em Moçambique nos âmbitos urbano e rural: tipologia e tecnologia. Muito educativo.
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Detalhe parcial de um dos painéis. Imagem: ArchiMoz
Se, ao invés, se siga pela direita ao entrar (pelas costas do “S”), bebe-se de uma agradável selecção de imagens e vídeo que pretendem explicar sem palavras o que Moçambique como País tem de melhor: o Índico, a fauna, a cultura, aquele sorriso só nosso... Malangatana.

Tudo isto acompanhado de música de fundo (Moçambicana, claro) que colore a atmosfera e ajuda também a preencher o vazio nas laterais e tecto do pavilhão; o espaço disponibilizado é algo grande para a obra em exposição.

Foi interessante também ver que os edifícios que figuram nos painéis não são só da Cidade de Maputo, mas abrangem também Beira, Quelimane, Nampula, Inhaca e Songo, passando por obras como o 33 Andares, a Casa dos Bicos e as Torres Vermelhas, dentre outros.

Se a exposição peca em algo é apenas em um detalhe, que (muito provavelmente) não se pôde prever durante a fase de concepção: a peça está orientada no sentido contrário à real direcção do fluxo de visitantes, fazendo com que a maioria das pessoas veja a exposição do final para o início. O que na verdade não é grave, já que a organização do material em forma cronológica permite uma leitura tanto crescente como decrescente.

Sucede que o pavilhão de Moçambique é o último pavilhão num longo eixo de países expositores, mesmo ao lado do da República Dominicana. Por este motivo, e porque a Republica Dominicana deixou a parede adjacente ao pavilhão de Moçambique aberta, faz mais sentido para os visitantes entrar para a exposição pelo pavilhão da Republica Dominicana, em vez de dar a volta para entrar para o pavilhão de Moçambique pela “frente”.

Teria sido interessante e conveniente ter o painel inicial explicativo também naquele extremo do pavilhão, em vez de só à entrada.

Mas tudo indica que, independentemente deste senão, o pavilhão de Moçambique foi um sucesso e o número de visitantes excedeu com regularidade 500 pessoas por dia.

Está de parabéns toda a Equipa que trabalhou para fazer desta primeira participação uma realidade.

A pergunta que fica, e esta --quiçá-- ao Comissário (Dr. Joel Libombo) e Vice-Comissário (Gilberto Cossa), é que destino se pretende dar ao material produzido para esta exposição. Permanece em Itália? Regressa a Moçambique? Se descarta, ou se reutiliza?

Seria interessante ver uma ou mais reposições desta mesma exposição em Moçambique, para que os Arquitectos e interessados que não tenham podido visitar possam também ter a oportunidade de vê-la. Ou, talvez, o material terminasse como exposição permanente em uma das faculdades de Arquitectura do País, visto que tem valor académico.

Quanto à participação de Moçambique na Bienal, há certamente muito por onde melhorar, mas fica claro que Moçambique entrou com o pé direito para o palco da Arquitectura mundial. Falta ver o que acontecerá daqui a dois anos, na XV Bienal de Arquitectura. Estará presente Moçambique?



Nota (27 Jan 2015): O material da exposição continua em Itália e, felizmente, está a ser usado. Durante o mês de Março estará exposto na cidade de Reggio Emilia.
4 Comentários
Remígio Chilaule
11/21/2014 04:40:48 am

Obrigado Buzi. Para quem não pôde visitar é um bom insight.

Responder
Fernando Buzi
11/21/2014 04:43:02 am

Fico feliz. Abraço.

Responder
Sária Omar
11/21/2014 06:32:38 am

Interessante e muito bom para o nosso país (Moçambique) ter participado. Referente aos anos 2000 até hoje, viste projectos feitos pela "nova guarda"? O que foi/ é necessário para o país participar na Bienal? Abraço e obrigada pelo post.

Responder
Fernando Buzi
11/21/2014 06:42:19 am

Ao que parece (mas não tenho certeza) fomos convidados a participar. Não sei em que critérios se baseiam.

Quanto às obras mais recentes, são quase todas edifícios públicos/institucionais. Logo, nada dos Arquitectos mais jovens.

Está o Aeroporto de Maputo, a sede da Mcel, o Tribunal Administrativo, a Procuradoria, por exemplo.

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